Imagine o seguinte: Você está prestes a dar uma de suas aulas de história favoritas. É um assunto tão sutil e relevante que você quer que seus alunos saiam da aula com a mesma paixão e compreensão que você tem. Parece simples. No entanto, a realidade pode ser bem diferente. Com muita frequência, quando o dia finalmente chega, a aula não funciona. É como arrancar dentes para fazer com que os alunos falem, pensem ou escrevam. Por que isso dá errado?
Isso começa com o início da aula. Para ativar a paixão dos alunos pela história, temos que ativar seu conhecimento - e prendê-los ao que estão prestes a aprender. Nosso novo livro, Faça história: Um Guia Prático para o Ensino de História no Ensino Fundamental e MédioO livro "A História da Educação", da Universidade de São Paulo, compartilha as melhores práticas de centenas de educadores sobre como promover salas de aula de história envolventes e rigorosas. Dois desses componentes essenciais fazem parte do lançamento da aula: a ativação do conhecimento e o gancho. Vamos ver como isso acontece na aula da professora de História dos EUA, Jillian Gaeta, sobre os ativistas afro-americanos Booker T. Washington e W.E.B. DuBois.
Prepare o cenário para o aprendizado
Aqui está o simples Faça agora (um prompt escrito de cinco minutos) que Jillian usa para iniciar a aula:
- Que desafios os afro-americanos enfrentavam no final da Reconstrução?
Depois que os alunos concluírem o Do Now, veja o que a Jillian diz:
"Como você observou, os afro-americanos estão enfrentando todos esses problemas após a Reconstrução. Como ativista durante esse período, você se depara com decisões difíceis. Você não tem certeza de qual é a prioridade mais importante ou de como precisa lidar com todas essas questões. Para você, qual seria a questão mais importante a ser priorizada?"
Com esses dois simples movimentos, Jillian dá vida ao aprendizado, proporcionando acesso aos alunos:
- Ativa o conhecimento: Nesta seção da unidade, os alunos estão construindo conhecimento sobre a Era Jim Crow, um período de repressão que reverteu muitos dos avanços revolucionários da Reconstrução para os afro-americanos. Usar o Do Now para gerar uma lista de desafios enfrentados pelos afro-americanos durante esse período ativa o conhecimento prévio dos alunos, preparando-os para usá-lo mais tarde na lição, quando analisarem novas fontes.
- Prende os alunos: Jillian quer que os alunos mergulhem nesse dilema histórico. Por isso, ela pede que eles considerem esses desafios como se fossem ativistas naquela época. Isso não apenas estimula a empatia histórica (os alunos às vezes têm dificuldade para entender por que as pessoas do passado fizeram determinadas escolhas), mas também envolve os alunos em uma tarefa rigorosa - escolher e justificar o desafio mais importante a ser priorizado dentre muitos. Embora Jillian faça a pergunta inicial, o gancho e a conversa priorizam as ideias e as vozes de seus alunos. Se o engajamento intelectual autêntico for a meta da aula como um todo, o gancho é um lugar no início da aula para estabelecer essa cultura.
No entanto, essa abertura não serve apenas como um meio de envolver os alunos - ela estabelece a questão central do dia.
Torne sua pergunta do dia provocativa
Jillian apresenta o seguinte prompt.
"Booker T. Washington e W.E.B. Du Bois ofereceram diferentes estratégias para lidar com os problemas de pobreza e racismo sistêmico enfrentados pelos negros americanos no final do século XIX e início do século XX. Usando os documentos e seu conhecimento do período de 1877 a 1915, avalie a adequação de cada uma dessas estratégias no contexto histórico em que cada uma foi desenvolvida."
Em um prompt bem elaborado, Jillian aproveitou o interesse inicial dos alunos e o enraizou profundamente no contexto histórico para avaliar os principais atores do período.
Nem sempre é fácil elaborar um estímulo convincente e substantivo que se baseie no pensamento histórico, mas com algumas perguntas-chave você pode criar o seu próprio estímulo. Bassett e Shiffman, do 4QM (The Four Question Method - Método das Quatro Perguntas), argumentam que um bom estímulo leva os alunos a responder a uma das quatro perguntas históricas centrais:
- Pergunta 1: O que aconteceu?
- Pergunta 2: O que estava pensando?
- Pergunta 3: Por que então e ali?
- Pergunta 4: O que achamos?
Entramos em mais detalhes sobre prompts fortes e perguntas históricas em Make History: Um Guia Prático para o Ensino Fundamental e Médiomas nossos amigos da 4QM estão na vanguarda nesse aspecto. Veja o trabalho deles aqui.
Liberar os alunos para o desafio
Com esses primeiros 10 minutos de aula, Jillian não apenas preparou seus alunos para o desafio que os aguardava, mas também os deixou animados para enfrentá-lo. Sua aula está pronta para decolar: os alunos estão prontos para o trabalho. Sua turma está pronta para decolar:
Iniciar a lição |
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Ativar a recuperação de conhecimento
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Inicie a aula com um "Faça agora" independente de 3 a 5 minutos que ative o conhecimento prévio de que o aluno precisará para a pesquisa do dia. |
Alunos do Hook | Fornecer contexto para a pesquisa do dia. Use um gancho instigante para despertar o interesse. Relacione o tópico do dia com o que foi aprendido anteriormente e com a história geral da semana, unidade e/ou ano. |
Apresente a pergunta do dia | Compartilhe uma pergunta provocativa que direcionará o aprendizado. |
O lançamento da lição é a primeira parte da lição de investigação rigorosa. Para ver o arco completo, faça o download do arquivo Consulta em um folheto.
Para obter mais informações sobre como começar a aula com força, leia a Parte 2 em Faça história: Um Guia Prático para o Ensino Fundamental e Médio. As medidas que compartilhamos são pequenas, práticas e, o mais importante, replicáveis.